quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Visibilidade Internacional de Portugal: Quanto tempo será necessário para fazer chegar umas perguntas a Londres?

Do Correio da Manhã de 2008-01-30 - 00:30:00
Investigação: Pedidos de interrogatório ainda nem saíram de Lisboa - Procuradoria empata PJ

Enquanto altos responsáveis da Judiciária lamentaram ao CM o “silêncio” das autoridades inglesas ao longo de todo o mês, os serviços de justiça britânicos desfizeram ontem o mistério: não receberam “quaisquer pedidos de colaboração para que sejam feitos interrogatórios” a amigos dos McCann. E faltava contactar a Procuradoria-Geral da República – que, afinal, confirma o impensável para a PJ. As cartas não seguiram mesmo.

No início do ano já tinham assegurado ao CM que as cartas rogatórias finalmente estavam em Inglaterra. O documento reveste-se de “especial importância” na investigação porque contém as dezenas de perguntas a fazer às oito potenciais testemunhas da noite do crime – em 3 de Maio.

A Judiciária demorou meses na elaboração das cartas. Abriu a discussão de todas as perguntas às autoridades britânicas – até por força de uma complexa tradução para inglês de alguns termos. E contou ainda com “um apoio da Eurojust na preparação das cartas”, confirmou ao CM o representante português no órgão da União Europeia para a cooperação judiciária.

Só que o procurador-geral-adjunto, Lopes da Mota, confirma também que o apoio da Eurojust “já terminou há algum tempo. E o envio das cartas é feito a partir “da comunicação oficial entre a PGR e o Home Office” – os serviços de justiça britânicos.

Um mês depois de altos responsáveis da PJ já contarem com o envio dos pedidos para interrogatório, via PGR, eis a resposta do Home Office, ontem à tarde, ao nosso jornal: “Não é nossa política comentarmos os casos individuais, mas não recebemos qualquer pedido de colaboração [de Portugal] na investigação ao casal McCann”.

Ainda horas antes um alto responsável da PJ garantia ao CM que tal era “impossível” – quanto muito as cartas rogatórias tinham tido outro destino, em Inglaterra, que não o Home Office. Mas ao início da noite dissipámos todas as dúvidas com um esclarecimento de fonte oficial da PGR: “As cartas rogatórias serão enviadas através da cooperação judicial da Procuradoria-Geral da República, ultimando-se o seu envio”. Continuam em Lisboa e os casais amigos dos McCann por interrogar.

PORMENORES

APREENSÕES PARADAS

Para além dos interrogatórios aos quatro casais amigos dos McCann, que passaram férias com o casal na Praia da Luz, a Judiciária também pediu nas cartas rogatórias que fossem apreendidos objectos pessoais aos pais de Maddie – entre os quais o diário onde Kate tem descrito o comportamento da sua filha mais velha.

ACUSAÇÃO SUSPENSA

Uma eventual acusação do Ministério Público a Kate e Gerry McCann também está suspensa nos gabinetes da PGR em Lisboa – só os interrogatórios aos amigos do casal podem conduzir a PJ a uma nova bateria de perguntas aos dois suspeitos.

Henrique Machado / João Mira Godinho

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Sindroma da Avestruz

"Primeiro vieram buscar os judeus e eu não me incomodei porque não era judeu.
Depois levaram os comunistas e eu também não me importei pois não era comunista.
Levaram os liberais e também encolhi os ombros. Nunca fui liberal.
Em seguida os católicos, mas eu era protestante.
Quando me vieram buscar já não havia ninguém para me defender…"

Martin Niemöller, 1933